quinta-feira, 31 de março de 2011

Tem dias que é assim

E nesses dias há a vontade de arriscar e não pensar no que fica para trás.

Imaginar um mundo (ou um sítio) onde tudo possa ser o ideal, não perfeito, mas o ideal.

Poder (e conseguir) chegar à conclusão que era mesmo aquilo que queríamos para a nossa vida.

Não haver arrependimentos por termos arriscado.

Isso sim, era o ideal. Quem sabe um dia não arrisco.

Passear é tão bom, não é?

Nada como aproveitar o sol numa esplanada, ir ao cinema com boa companhia, tomar cafés e ir a jantares que nos deixem felizes e preenchidos, não é?

Também gostamos de estar em casa, sem fazer nada (ou não) ou simplesmente estar.

Mas a verdade é que o mundo lá fora chama por nós e há que o aproveitar. Queremos aproveitá-lo, mesmo, certo?

Nisso, tenho a certeza, somos todos iguais.

quarta-feira, 30 de março de 2011

Coisas boas #2

Porque receber elogios sabe sempre bem (quando não em excesso, pelo menos para mim, como já escrevi). Levanta-nos a auto-estima e faz bem ao ego. E sabem ainda melhor, precisamente quando a auto-estima está nos níveis mínimos. Porque é aí que ajuda termos quem nos puxe para cima, quem nos faça rir, quem nos ponha um sorriso na cara e nos tire da tristeza e da sensação que todos à volta são felizes menos nós (não que se passe isso comigo neste momento, mas porque todos nós temos momentos assim).

Sim, esses momentos existem e são dramáticos, uma verdadeira tragédia grega, o mundo parece que vai acabar e queremos é ser infelizes para o resto da vida, porque afinal de contas não há que ser outra coisa, a infelicidade é o sentimento que faz o mundo girar e é assim que queremos estar. Pronto, depois acordamos para a vida, porque a solução está mas é em continuar, pôr um sorriso na cara e andar para a frente, que olhar para trás e passar a vida em lamentos não é, definitivamente, solução.

quinta-feira, 24 de março de 2011

E por falar em gostos e quereres

Devemos ser exigentes e querer o máximo a que temos direito. Porque merecemos, pura e simplesmente. Não temos que nos contentar com pouco ou com migalhas.

Temos (e queremos) ver esforço e luta e desafios e criatividade (contra mim falo, confesso, mas nada que não se queira mudar, também).

Queremos atenção, queremos sentir todos os dias que vale a pena e que estamos ali porque queremos.

Queremos companheirismo, planos partilhados e muita cumplicidade.

Queremos olhares que digam tudo.

Queremos sinceridade e honestidade, acima de tudo.

Queremos sentir a conquista dia-a-dia, nos pormenores, nos gestos, nas palavras, nos olhares, nas surpresas e na vontade.

Queremos poder ter a certeza, mas não dar nada por garantido.

Queremos paixão e carinho.

Claro que tudo é recíproco. No entanto, não devemos dar de nós tudo de uma vez. Não podemos sentir que estamos a dar mais do que o que nos é dado em troca. Tem que ser equilibrado, porque o barco não pode ser conduzido só por um dos lados.

Dúvidas #1

Porque é que é quando batemos com a cabeça na parede pela milionésima vez ou quando apanhamos mais um balde de água bem gelada que parece que acordamos para a vida?

Porque é que 2+2 passam a ser 4, sem qualquer dúvida, como é que aliás pudemos sequer duvidar disso?

Porque é que tudo passa a ser tão mas tão clarinho que quase que juramos que estamos a conseguir ver tudo com novos olhos?


Apesar de tudo isto, porque é que, quase de certeza absoluta, vamos ter que bater outra vez com a cabeça na parede e ter que levar com mais baldes em cima, depois de termos prometido a nós mesmas que nunca mais, desta é que foi, já aprendemos a lição?
Eu que até sou uma pessoa calma, pacífica e totalmente peace and love, mesmo assim há pessoas que têm a capacidade de me tirar completamente do sério. E sem se esforçarem muito, como é que é possível.

Dão-me cabo dos nervos e fico irritada até mais não. Desaparecem os sorrisos, a boa-disposição e a pouca alegria que ainda vai restando e tomam lugar os nervos e a irritação. Não é uma coisa bonita, que não é. E nada agradável também, porque não gosto de estar assim. Mas há alturas em que é impossível de controlar e o meu espírito zen esvai-se num instantinho.

Reconheço que não é preciso mesmo muito para que isso aconteça. Há inclusivamente determinadas pessoas, que basta que estejam no meu campo de visão para que eu fique assim. Pessoas daquelas que se armam e que se gabam delas próprias. Não tenho mesmo um pingo de paciência. E depois isso reflecte-se na minha maneira de estar e não passa despercebido.

É tão melhor não complicarmos as coisas e não andarmos sempre sob pressão, para quê ter que andar irritada?
Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas não esuqeço de que a minha vida é a maior empresa do mundo.

E que posso evitar que ela vá à falência.

Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.

Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história.

É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma.

É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.

Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.

É saber falar de si mesmo.

É ter coragem para ouvir um 'não'.

É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.

Pedras no caminho?

Guardo todas, um dia vou construir um castelo...

Fernando Pessoa

A verdade é que damos demasiada importância a coisas que, na verdade, não a têm. E muitas vezes fazemos disso um caminho. É daqueles caminhos que não leva a lado nenhum. Daqueles que têm, à entrada, um sinal de rua sem saída.

Não vale a pena deixarmos de ser felizes e importarmo-nos com mesquinhices. Há mesmo coisas bem mais importantes em que pensar e com que nos devemos realmente preocupar. E muito menos valerá a pena deixarmo-nos derrotar, deixarmos de enfrentar os desafios com um sorriso na cara e espírito optimista. Porque o derrotismo não nos leva a lado nenhum, nem nos ajuda a conquistar o que queremos para a nossa vida. Energias positivas atraem coisas positivas, pelo menos é nisso que gosto de acreditar.

Aliás, é com as cabeçadas que vamos dando na vida que vamos aprendendo. E é assim que também vamos distinguindo o que queremos e não queremos para a nossa vida. Começamos a conseguir (finalmente) separar o que realmente importa do que não interessa para nada. Não se vê a olho nu, mas ao fim de algumas vezes a aparecer-nos à frente, é impossível não perceber. Porque a verdade é que, enquanto perdemos tempo a pensar nas coisas que não valem a pena, as outras, as que verdadeiramente importam, passam-nos ao lado, sem sequer darmos por elas.

Gostos não se discutem

Eu quando gosto, não gosto só um bocadinho, nem gosto assim-assim, nem mais ou menos.

Também não gosto com cinzentos. Gosto antes com branco e preto, vermelho e amarelo, verde, azul e cor-de-rosa, roxo e cor-de-laranja também. Há dias em que até gosto com as cores todas. E ao mesmo tempo.

Gosto com abraços e sorrisos e gargalhadas e beijos e festinhas. Mimos e mãos dadas também. Mas também gosto com lágrimas e vozes altas e caras feias. Mas gosto mais com sorrisos e alegria.

Gosto com lanches e almoços e jantares. Pequenos-almoços também são bons.

Gosto com cinema e filmes no sofá.

Gosto com surpresa e lembranças e pormenores. Com mails, mensagens e fotografias.

Gosto com música e dança.

Gosto com praia e calor e chinelo no pé. Mas também gosto com frio, luvas, chuva e trovoada.

Gosto com gelados e crepes e fruta. E com crepes com gelado e fruta.

Gosto com brincadeiras de criança e palermices. Mas também gosto com conversas sérias e planos feitos a dois.

Só sei gostar assim.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Das saudades ou de como, campismo, só numa tenda como a da imagem

Confesso que sou uma pessoa nostálgica q.b. Dá-me para ter saudades de tudo e mais alguma coisa, o que é que se há-de fazer? E não é uma coisa recente, desde miúda que sou assim.
Aos 8 anos, num campo de férias de 10 dias, chorei todas as noites com saudades da minha mãe. Tendo em conta que, nesse mesmo campo, também estavam uma tia, três primas e uma série de amigos, convenhamos que podia muito bem não ter chorado tanto. Mas enfim, era a primeira vez que dormia fora de casa e durante tantos dias seguidos. E claro que o facto de acordar, olhar para o tecto da tenda e estar lá um bicho feio não ajudava em nada. Uma das minhas primas chegava mesmo a perguntar, indignada, por que raio é que chorava eu só com saudades da minha mãe e não chorava com saudades também do meu pai. Uma dúvida perfeitamente legítima, eu é que não conseguia explicar porquê. Aliás, desconfio até que isso só me fazia chorar mais ainda. No final do campo, eram atribuídos uma espécie de óscares a todos os meninos participantes, consoante o comportamento durante esses dias. Escusado será dizer que o meu foi o d'a mais saudosa.
Uns anos mais tarde, em viagens que fiz com os meus pais e primos e amigos, conhecíamos sempre pessoas novas. Pois que só o facto de passar aqueles dias com aquelas pessoas, era suficiente para que, já de regresso a casa, sentisse falta delas e se fosse preciso, chorava mesmo, que eu não sou cá de meias medidas e se é para sentir saudades, chora-se mesmo.
Afeiçoo-me facilmente às pessoas, é assim a vida. Há é que saber lidar com isso.
Diz-se que a palavra saudade não tem tradução noutras línguas, que é um sentimento tipicamente português, tão presente nos fados, por exemplo. Eu sou a prova viva disso mesmo, não haja dúvida.
"Como dizia o poeta Quem já passou por essa vida e não viveu Pode ser mais, mas sabe menos do que eu Porque a vida só se dá para quem se deu Pra quem amou, pra quem chorou, pra quem sofreu Ah, quem nunca curtiu uma paixão nunca vai ter nada, não Não há mal pior do que a descrença Mesmo o amor que não compensa é melhor que a solidão Abre os teus braços, meu irmão, deixa cair Pra quê somar se a gente pode dividir Eu francamente já não quero nem saber De quem não vai porque tem medo de sofrer Ai de quem não rasga o coração, esse não vai ter perdão Quem nunca curtiu uma paixão, nunca vai ter nada, não" Vinicius de Moraes (retirado daqui)

Querem lá ver que estou a começar a gostar de Saramago?

"A viagem não acaba nunca. Só os viajantes acabam. E mesmo estes podem prolongar-se em memória, em lembrança, em narrativa. Quando o visitante sentou na areia da praia e disse: "não há mais o que ver", saiba que não era assim. O fim de uma viagem é apenas o começo de outra. É preciso ver o que não foi visto, ver outra vez o que se viu já, ver na primavera o que se vira no verão, ver de dia o que se viu de noite, com o sol onde primeiramente a chuva caía, ver a seara verde, o fruto maduro, a pedra que mudou de lugar, a sombra que aqui não estava. É preciso voltar aos passos que foram dados, para repetir e para traçar caminhos novos ao lado deles. É preciso recomeçar a viagem. Sempre."

José Saramago

É isso mesmo, ver com outros olhos as mesmas coisas ou ver com os mesmos olhos as mesmas coisas, mas de forma diferente. Capice?

Das prioridades da vida ou de como uma criança de 5 anos vê as coisas de uma perspectiva bem mais simples

Ao dizer a um primo de 5 anos que tinha ouvido dizer que ele já tinha namorada (não sei por que raio os pais gostam sempre de o dizer), ele sai-se com esta:
"Tenho, é a..., mas não faz mal porque não é para casar."
Ooooora bem, na minha óptica podem concluir-se várias coisas:
- que o miúdo, apesar da tenra idade, já tem o pensamento de procurar a miúda com quem deseja partilhar a escova de dentes, ou não, que para partilhar a escova de dentes não é preciso casar, pois claro;
- que o puto já pensa em casamento aos 5 anos de idade. Sinceramente, não sei se isso é bom ou não;
- que já sabe distinguir as mulheres (neste caso, as meninas da idade dele) que são para casar das que não são. Como será que ele chegou a esta conclusão é que eu gostava de saber. Ah e tal ela não gosta de brincar às mesmas coisas do que eu? Não gosto das amigas dela? Com 5 anos não tem uma cultura geral muito vasta? Será que ele lhe perguntou "olha lá, tu vais querer casar ou como é que é a nossa vida? É que eu não ando para aqui a perder o meu tempo";
- será que a miúda sabe que ele sabe que ela não é para casar? Confesso que já estou baralhada.

terça-feira, 22 de março de 2011

É de mim ou cada vez menos as pessoas se preocupam umas com as outras?
É certo que temos de fazer pela vida, e que se não pensarmos em nós, ninguém o faz, com toda a certeza, mas não deixa de me fazer confusão não se pensar nos outros, não pensar que as atitudes que tomamos podem ter consequências. Umas mais graves que outras, claro, mas sempre algumas consequências.
O problema é que começo a aperceber-me que quem não o faz, muitas vezes, senão na grande maioria delas, é quem se safa sempre. É quem fica na maior, como se nada se passasse.

Há que mudar de atitude ou quê? Alguém me ajuda? Passa por aí? Pomos os outros sempre, e em qualquer situação, em segundo plano, sem pensar no que isso pode provocar? Para mim, é difícil fazer isso. Senão impossível, até. Vai completamente contra a minha maneira de ser, mas tenho praticamente a certeza absoluta de que me ajudaria, em vários aspectos, se fosse de outra forma. Sei que devia ser "má" mais vezes e não permitir que me deixem a ter pena de mim própria. Sei que sim, que devia e que ia ser melhor para mim. Mas e conseguir? E conseguir pensar SÓ no meu bem-estar? E olhar de cima para baixo (dispensam-se comentários à minha altura, se faz favor), querendo unicamente dizer que ando sempre de cabeça erguida?

Acredito sinceramente, e como disse a minha amiga D., que é pura ilusão o sentimento de conforto e que é só a curto prazo. Depois, lá mais para a frente, pode ser que os papéis se invertam e que a tal preocupação surja. Pode é já ser tarde demais.

Ah e ainda me irritam

Aquelas pessoas que dizem que querem uma coisa quando, afinal, vai-se a ver, e querem exactamente o que toda a gente quer. Com mais uma coisa, menos uma coisa, mas no fundo vai tudo dar ao mesmo.
Qual é o interesse de o negar? Não sei.
Não acredito que não saibam o que querem. Sabem-no, e bem, quase de certeza. Não me refiro a não se saber o que se vai estar a fazer daqui a uns anos. Isso ninguém sabe, ao fim e ao cabo. Mas saber o que se quer estar a fazer, como se quer estar, sabe-se, não me venham com histórias.
Porque no fundo, por muito que se mude de opinião em relação a muita coisa nesta vida, afinal de contas não somos burros e é até sinal de inteligência, há determinados objectivos que queremos garantir e que sabemos que é o que nos faz feliz e não abdicamos disso por nada. Daí me parecer estranho dizer-se com toda a convicção possível que é aquilo que se quer e é mesmo e depois dão-se provas em contrário.
Haja quem entenda o ser humano...

segunda-feira, 21 de março de 2011

Da falta de honestidade ou do que lhe quiserem chamar

Muitas vezes o caminho mais fácil é a mentira ou a omissão de alguma coisa. Ou antes, parece ser o caminho mais fácil, porque a maioria das vezes, por tudo o que acarreta, pode muito bem não o ser. Deve ser por se pensar que é mais fácil que as pessoas optam por ele. É, deve ser por isso.
No entanto, o que acontece é que a maioria das pessoas não são parvas e sempre ouvi dizer que se apanha mais facilmente um mentiroso do que um coxo.
Mentiras piedosas? Reconheço que pode muito bem ser, em determinadas situações, um mal necessário, embora continue a ser adepta da verdade, mesmo que doa horrores. Porque ao menos assim, não se corre o risco de se vir a saber por meio de outras pessoas e, por mais que custe ouvir e saber, acho sempre melhor esta solução. Até porque, caso contrário, daí à desilusão é um passo tão pequenino que parece que nem se sai do sítio.
É preciso coragem para se dizer a verdade, para se assumir o que custa? É, claro. Mas antes isso do que poder ficar com a consciência pesada, embora nem sempre isso aconteça.
Assim sendo, irrita-me que não se prime pela honestidade e pela sinceridade. No fim, é sempre mais fácil do que "poupar" quem quer que seja.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Por fazer parte da auto-denominada "geração à rasca", não por estar desempregada, mas por estar incluída no grupo de pessoas que "estão a recibos verdes", vejo-me no direito de abordar este assunto.
Já tudo foi dito e escrito e concordo com a maioria das coisas. Mas o que me fez verdadeiramente escrever sobre isto, foi a pergunta nº 32 do questionários dos Censos.
Ora vejamos, se trabalhamos a recibos verdes, mas temos "um local de trabalho fixo dentro de uma empresa, subordinação hierárquica efectiva e um horário de trabalho definido" devemos assinalar a opção "Trabalhador por conta de outrém". Ou então não, de certeza. Efectivamente é essa a situação em que me encontro. Mas se todos os que se incluírem neste caso assinalarem aquela opção, contribuímos para a estatística com a informação de que sim senhor, há muita gente a recibos verdes, mas olha, afinal até estão em situação idêntica aos contratados, ou seja, a situação não é assim tão má como a pintam.
E é esta informação que não podemos deixar passar, porque simplesmente não pode ser esta a conclusão a retirar desta pergunta ridícula. Porque a verdade é que estamos naquela situação, mas não temos garantia nenhuma, nem segurança nenhuma, nem direitos nenhuns. A não ser o direito de nos mandarem embora assim que queiram. A estarmos a recibos verdes, na verdadeira acepção da palavra, era não termos subordinação hierárquica nenhuma, nem horário de trabalho definido. Era sermos, verdadeiramente, trabalhadores independentes.
E isto para não falar da estupidez de dinheiro que vai à vida com os descontos que fazemos.
É uma tremenda injustiça, é o que é. E é triste o facto de nos consolarmos por, apesar de tudo, termos trabalho (não emprego) e estarmos ocupados e ainda recebermos algum. Temos de nos conformar é com isto e pensar que há quem nem trabalho tenha. Realmente, não sei onde é que isto vai parar. Foi de louvar ver que a manifestação do dia 12 foi totalmente pacífica e comportou números nunca esperados. Deviam era fazer-se mais e o povo devia sair à rua mais vezes para se fazer ouvir. O pior é que, infelizmente, nem assim a coisa lá vai.

domingo, 6 de março de 2011

Não é assim tão raro quanto isso mudarmos a nossa opinião em relação a alguém. É mesmo mais frequente do que se pensa até. E tanto a mudamos para melhor como para pior. Gosto mais da primeira sensação. Afinal a vida é feita de segundas oportunidades, e se há algo a que as devemos dar é, sem dúvida, uma pessoa. Sobretudo quando a ideia inicial que temos dela não é mais do que uma ideia pré-concebida, sem que se tenha passado alguma coisa que nos tenha dado motivos para esse sentimento. É o chamado "não vou à bola com ela/ele" sem, no entanto, sabermos explicar porquê. Provavelmente, essa incapacidade de explicação deveria fazer-nos pensar que às tantas é uma ideia errada. Mas, como São Tomés que gostamos de ser, até prova em contrário, nada nos faz mudar de ideias. Daí que, quando somos surpreendidos pela positiva, por um lado não deixamos de sentir que afinal estávamos errados e acabamos por dar a mão à palmatória. Afinal, todos erramos.
O pior é quando acontece o inverso. As pessoas desiludem-nos, umas atrás das outras, mais vezes, também, do que o desejado. Mas a menos que deixemos de nos dar aos outros e de mostrar quem realmente somos, inevitavelmente isso acaba por acontecer, em determinadas alturas da vida. Faz parte do processo e com esses baldes de água fria, vamos andando e aprendendo, apesar de, e falo por mim, nunca deixar de me entristecer, ou seja, parece que não aprendo nada.
O que vale é que, ainda assim, as boas sensações sempre vão compensando as tais desilusões, e a balança vai estando equilibrada.

Vontade #5


Pegar num mapa e partir. Há muito mundo para descobrir neste país. Ir sem destino definido, apenas com a certeza de se querer conhecer, ver, fotografar, sentir. Ir sem a preocupação das horas, apenas notando que o tempo passa por ora ser de dia ora ser de noite. Ir simplesmente com a vontade desafogada de não querer pensar, apenas desfrutar. Ir por sítios não esperados, por estradas desertas onde só nos ouvimos a nós e à natureza.

terça-feira, 1 de março de 2011

Vontade #4

Uma esplanada com sol e um café a acompanhar. Tempo para ler o que mais gosto e o que me inspira. Inspiração para escrever e para fotografar. Tempo para ver os filmes que quero. Manhãs quentes e noites mornas. Um gelado à beira-rio.