quarta-feira, 18 de julho de 2012

"Uma pena presumida
d'escrever grandes sentenças,
falava das suas obras
tão sublimes como extensas:
«Sem mim», disse ela ao tinteiro,
«Pouca figura farias:
Cheio de um licor imundo
Sem mim, triste, que serias?»

O tinteiro injuriado
Vazou logo a tinta fora,
E voltou-se para a pena
Dizendo-lhe: «Escreve agora.»

Assim responde aos ingratos
Muitas vezes a razão:
Muita gente é como a pena,
Como o tinteiro outros são."

in "Marquesa de Alorna"

sábado, 7 de julho de 2012

Da gestão de expectativas



Gerir expectativas não é fácil. O velho dilema de esperar demasiado e as coisas não correrem como esperamos ou esperar o mínimo para não nos desiludirmos.
O optimista, espera sempre o melhor, julgo eu. E, mesmo que bata com a cabeça na parede, logo encontrará forma de se reerguer e de novo tentar ver o lado positivo das coisas.
Já o pessimista, tende a não conseguir ver esse lado positivo. Espera sempre o pior ou, pelo menos, tenta não ter grandes expectativas sequer, para que o balde de água não seja tão frio.
Qual das hipóteses a melhor?
Será que ao fim de tantas cabeçadas/desilusões, o natural não é as expectativas irem diminuindo, seja por uma questão de auto-protecção ou apenas de realismo?
Mas como decidir qual a melhor alternativa?
Ao mesmo tempo não será "triste" termos que andar com as expectativas no mínimo? Não teremos nós o direito de esperar mais? De querer mais?

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Desejo

Que os 28 anos me tragam clareza de espírito, paz, alegria e saúde.
Não peço muito mais.