quarta-feira, 23 de março de 2011

Das saudades ou de como, campismo, só numa tenda como a da imagem

Confesso que sou uma pessoa nostálgica q.b. Dá-me para ter saudades de tudo e mais alguma coisa, o que é que se há-de fazer? E não é uma coisa recente, desde miúda que sou assim.
Aos 8 anos, num campo de férias de 10 dias, chorei todas as noites com saudades da minha mãe. Tendo em conta que, nesse mesmo campo, também estavam uma tia, três primas e uma série de amigos, convenhamos que podia muito bem não ter chorado tanto. Mas enfim, era a primeira vez que dormia fora de casa e durante tantos dias seguidos. E claro que o facto de acordar, olhar para o tecto da tenda e estar lá um bicho feio não ajudava em nada. Uma das minhas primas chegava mesmo a perguntar, indignada, por que raio é que chorava eu só com saudades da minha mãe e não chorava com saudades também do meu pai. Uma dúvida perfeitamente legítima, eu é que não conseguia explicar porquê. Aliás, desconfio até que isso só me fazia chorar mais ainda. No final do campo, eram atribuídos uma espécie de óscares a todos os meninos participantes, consoante o comportamento durante esses dias. Escusado será dizer que o meu foi o d'a mais saudosa.
Uns anos mais tarde, em viagens que fiz com os meus pais e primos e amigos, conhecíamos sempre pessoas novas. Pois que só o facto de passar aqueles dias com aquelas pessoas, era suficiente para que, já de regresso a casa, sentisse falta delas e se fosse preciso, chorava mesmo, que eu não sou cá de meias medidas e se é para sentir saudades, chora-se mesmo.
Afeiçoo-me facilmente às pessoas, é assim a vida. Há é que saber lidar com isso.
Diz-se que a palavra saudade não tem tradução noutras línguas, que é um sentimento tipicamente português, tão presente nos fados, por exemplo. Eu sou a prova viva disso mesmo, não haja dúvida.

1 comentário:

Anónimo disse...

Qua saudade....