quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Não, a sério

Eu sei que vou falar outra vez do estado do tempo, eu sei (até é um bom desbloqueador de conversa), mas haja alguém que me explique qual o interesse desta chuva estúpida. A sério. É que irrita-me. Ora vem a chuva de um lado, ora vem a chuva do outro, ora vem de frente. Não há chapéu que me valha, fico toda molhada na mesma. E depois é aquela chuva que parece que cola e isso aliado à humidade imensa. Que nervos!

Bem, mas para relaxar um bocadinho, que tal mais um poema do fantástico Fernando Pessoa? Desta vez, o do dia de hoje:

"Aquela falsa e triste semelhança
Entre quem julgo ser e quem eu sou.
Sou a máscara que volve a ser criança,
Mas reconheço, adulto, aonde estou,

Isto não é o Carnaval, nem eu.
Tenho vontade de dormir, e ando.
O que se passa, ondeando, em torno meu,
Passa.

Dormir, despir-me deste mundo ultraje,
Como quem despe um dominó roubado
Despir a alma postiça como a um traje.

Tenho náusea carnal do meu destino.
Quase me cansa me cansar. E vou,
Anónimo, menino,
Por meu ser fora À busca de quem sou."

Álvaro de Campos, Poesia

Música que vai na minha cabeça: "Colorblind" - Counting Crows

1 comentário:

Anónimo disse...

OI!
Quem é q gosta de apanhar c chuva... mas infelizmente e o tempo que temos agr... Chuva so e boa qd nos apetece ficar em casa a lareira... isso sim... e agradavel ouvir a chuva a cair na rua qd tamos ao quentinho...
bigada por proporcionares momentos de cultura tao agradaveis... realmente escolhes poemas mt bons... beijinhos...